A fera ou a besta?

A fera ou a besta?

Em inglês, fera se escreve beast, o que pode ser traduzido também como besta. Nas duas concepções há de se observar que servem para determinar uma criatura que não raciocina.

Uma fera, ou besta, pode ser também hostil, selvagem e sanguinária.

Eu estava assistindo a um filme muito interessante esta semana, chamado KING KONG, uma refilmagem do clássico de 1933, dirigido por Peter Jackson, o aclamado diretor de Senhor dos Anéis e O Hobbit. Lá diz-se que a bela subjugou a fera.

Muitas vezes essas feras estão apenas defendendo o seu território ou suas crias. E realmente, quando se defendem ou defendem os filhotes, se tornam feras hostis e muito perigosas. Kong era uma fera, enorme, que defendia seu território com ferocidade. Em sua ilha era chamado de rei. Até se encontrar com o homem, neste caso o homem branco, pois naquele local havia uma tribo. E aí aconteceram duas coisas: ao mesmo tempo que não gostou do homem “civilizado”, ficou encantado com a moça, que não o tratou mal, aquela que era para ser uma oferenda a ela.

E foi assim que ele ficou refém da maior besta ou fera sanguinária e irracional que este planeta já viu: o homem. Evidentemente tudo por dinheiro, ganância e poder.

O final, é claro, todo mundo conhece, Kong, Rei da Ilha da Caveira, longe de sua ilha, de onde foi retirado por homens e depois morto por outros homens e suas armas.

Há uma cena que para mim evidencia muito o que o gorila estava sentindo após ter sido capturado e mostrado ao mundo como uma maravilha. Preso a algemas e correntes, ele estava triste, por não ter mais aquela moça que o encantou e também por não estar mais em sua terra natal.

Quantas vezes não vimos esse mesmo olhar perdido ou tristeza de um animal quando ele está enjaulado, seja em um circo ou em um zoológico.

É claro que há de se acrescentar que muitos animais foram salvos da extinção ao serem colocados em custódia nos zoológicos ou ambientes próprios, com proteção, tais como reservas ou santuários.

Acredito que quando colocamos um animal enjaulado para vermos em um zoológico apenas por ser um animal exótico, estamos exercitando nossa crueldade tipicamente egoísta. Ninguém, nem os animais, gosta de perder sua liberdade.

E além disso, muitos “tratadores” ainda abusam e maltratam esses animais que servem apenas como bibelôs. Fora que ganha-se muito com o comércio clandestino de animais silvestres.

Nem vou falar sobre os que são mortos indiscriminadamente apenas porque alguns acreditam que podem curar algumas doenças. Matar um Rinoceronte para tirar o seu chifre por achar que é afrodisíaco só mostra como o ser humano é uma Besta... ou uma fera.

Afinal, quem é mais irracional?

Antonio Henrique Fernandes

Colunista