Pessoal, segue o 14 º capítulo de Destino pra vocês!
Boa leitura!
13 º capítulo aqui: http://asleiturasdamila.blogspot.com.br/2014/04/no-meu-mundo.html
Os links para os capítulos anteriores estão dentro do link acima. Não deixem de conferir!
DÉCIMA
QUARTA LIÇÃO – O Pássaro Ferido...
—
Então foi assim que me encontrou? Nossa, que coisa! É realmente incrível!
—
Você acredita em mim?
—
Eu não posso dizer nem que sim, nem que não. Acredito que você tenha sentido
essas coisas, que tenha me associado ao homem dos seus sonhos, mas não sei se
eu sou mesmo quem você procura.
—
Mas eu sei que é você! Como eu já disse, soube desde a primeira vez que o vi!
Eu nunca tinha reparado em nada relacionado a você ou a sua profissão, nada que
pudesse ter-me induzido a imaginar essas coisas. Nenhuma imagem, antes de ver
os cartazes do seu show em minha cidade, o que aconteceu somente depois daquele
dia na sorveteria, nenhum avião que tenha me impressionado, nada! Como eu
poderia ter certeza? Mas eu a tenho! E é por isso que te peço, que te imploro
que pare com toda esta loucura, enquanto ainda há tempo!
—
Deus do céu, isso não é tão simples assim! Você não tem o direito de aparecer
na minha vida, do nada, e simplesmente me pedir para abandonar a minha própria
vida! Sim, porque voar é a minha vida, é isso que eu mais amo. Como eu poderei
abandonar tudo isso por causa de um... de um... presságio?
—
Eu não sou vidente, e não tenho presságios, e ainda que tivesse, de que
adiantaria se não posso transferir a minha certeza para dentro do seu coração?
Se você soubesse o quanto isso é importante para mim! Eu tenho tão pouco tempo
de vida, se eu pudesse fazer um único pedido, e se eu tivesse a certeza de que
esse pedido seria atendido, eu lhe pediria para não voltar lá para cima!
—
Um pedido egoísta. Isso não é prova de amor, é prova de egoísmo.
—
Como pode chamar de egoísmo querer salvar a vida de alguém que...
—
Alguém que...?
—
Alguém que é tão importante. Alguém a quem eu amo!
—
Você não pode me amar, porque não me conhece. Você ama o que pensa de mim, a
minha imagem, o que você fantasiou sobre mim. Não ama o que eu sou, quem eu
sou. Se amasse, entenderia e aceitaria o que eu faço.
—
Mas eu entendo, e aceito, mas não posso ficar parada perante a tragédia que se
anuncia! O que você faria se estivesse no meu lugar?
—
Eu procuraria saber primeiro qual seria o seu desejo, depois formaria uma
opinião minha. Teria de conhecê-la antes de sair por aí fazendo juras de amor.
—
Então me diga qual é o seu desejo! Deixe-me conhecê-lo melhor!
—
Eu estou deixando. Eu a trouxe para o meu quarto, para a minha vida. Cancelei
todos os meus compromissos da tarde para ficar aqui, conversando com você.
Deixei o meu avião, a minha vida, nas mãos de outras pessoas, para ficar aqui
com você. Mas o meu desejo é voar! Você não entende? Eu sou um pássaro
selvagem, não posso ser feliz se me tirarem as asas, nunca poderei viver em uma
gaiola!
—
Mas você já voou o bastante, bem mais que o necessário, eu diria. Será que não
é chegada a hora de parar? E se isso custar a sua vida?
—
Eu não posso parar, mesmo que isso me custe a vida. Eu prefiro ter um destino
breve e feliz, a um longo e infeliz. E eu não serei feliz em terra firme, só nos
céus! Isso é a minha alma! A técnica e a força são o corpo e a arte é a alma.
Quando eu voo e uno as duas coisas, estou tornando-me pleno. Aqui em baixo eu
sou só corpo, lá em cima eu sou corpo e alma. E sou livre! Livre de uma maneira
que não posso explicar, pois não existem palavras capazes de expressar esse
sentimento de liberdade verdadeira! Infelizmente, eu também não posso
transferir esse sentimento, essa certeza, para você, ou para qualquer outra
pessoa. Mas, afinal, não é essa mesmo a beleza dos sentimentos? A beleza de
podermos senti-los e não expressá-los em palavras, e não é exatamente por isso
que eles são tão belos, por serem únicos e próprios de quem os sente?
—
Mas também há plenitude em outros aspectos da vida, talvez você apenas não
tenha descoberto isso ainda. No amor, por exemplo e na paixão. Eu acho que você
nunca deve ter amado alguém, não é mesmo? E não estou falando do amor que
sentimos pelos nossos pais, pelos nossos irmãos, porque esse é um amor que nos
é imposto pela própria natureza, mas falo de outra forma de amor, o amor que
sentimos por alguém que não tem o nosso sangue, alguém que elegemos para amar,
não por obrigação ou instinto, mas por nossa própria escolha. Lá em cima pode
ser lindo, mas é solitário. O seu voo, por mais belo que possa ser, você o faz
sozinho. Liberdade e, principalmente, felicidade não estão relacionadas à
solidão, mas ao que você pode compartilhar com as pessoas que ama. De que
adianta você se tornar pleno, se isso significa estar plenamente sozinho?
—
Eu não estou sozinho. Eu tenho as minhas crianças. Não costumo falar disso, mas
como você não é mais repórter, acho que posso abrir uma exceção para que possa
me compreender melhor.
—
As crianças do orfanato das quais Andrew comentou outro dia?
—
É, mas não funciona exatamente como um orfanato. Por mim eu teria adotado cada
uma delas como meus filhos, mas não pude por questões legais. Elas não são
crianças esperando por adoção, elas estão comigo e ficarão comigo até atingirem
a maior idade e poderem se estabelecer sozinhas. Eu mantenho-as em um abrigo,
porque não tenho espaço suficiente na casa de minha mãe, que é onde eu vivo. Eu
lhes dou alimento, agasalhos e educação. Só quero que elas tenham um futuro, o
que muitas não teriam se não estivessem comigo. Acho que muitas já teriam
morrido, se eu não as tivesse encontrado. Algumas foram tiradas de situações
muito, muito críticas, com pais dependentes de drogas que as espancavam, por
exemplo. Eu lutei muito por elas e posso lhe assegurar que cada uma foi eleita
para o meu amor, conforme você mencionou. E é por elas também, que não posso
abandonar o meu trabalho, você entende? Com o salário de instrutor, ou de
piloto comercial, ou de qualquer outro trabalho que eu possa ter, não poderia
manter nem metade daquelas crianças. Eu jamais os abandonaria, são todos meus
filhos, e eu os amo como se fosse seu pai.
—
Mas você pode conseguir ajuda, eu mesma poderia conseguir algumas doações e
ajudá-lo pessoalmente a tomar conta das crianças. Aposto que não seria difícil
arranjar donativos mensais o suficiente para bancá-los.
—
Não, essas crianças são minha responsabilidade, só minha. Eu devo isso à
memória da minha filha, sabe, eu tive uma filha. Ela morreu muito cedo, quando
ainda era apenas um bebê. Eu me culpei por isso durante muitos anos, mas acabei
me conformando. Eu imaginei que tudo estava acabado quando a perdi , que não
tinha mais por que continuar vivendo. É uma dor indescritível, nenhum pai
deveria perder um filho assim, mas como o tempo é o melhor remédio, eu acabei
por me conformar. Porém há feridas que nunca saram, apenas criam cascas que às
vezes são arrancadas pelas dolorosas lembranças que insistem em aparecer quando
não precisamos mais delas. Foi em um desses dias, quando essas tristes
lembranças se apossaram de mim, que eu decidi abandonar tudo de vez. Peguei o
carro e sai em disparada, correndo sem rumo, segurando uma garrafa de álcool e
um maço de fósforos e crente de que se eu conseguisse chegar vivo a algum lugar
deserto, poria fim a todo aquele sofrimento. Então Deus apareceu para mim, como
que para me mostrar o tamanho do meu egoísmo, e pôs uma nova vida sob meus
cuidados. Uma criança, um bebê lindo! Parei em um posto de gasolina, para
abastecer e comprar algo bem forte para beber, quem sabe eu tivesse sorte e,
dirigindo embriagado, conseguisse despencar com o carro em uma ribanceira qualquer.
Guardei as compras, mas antes de entrar no carro, tive a ideia de entrar no
banheiro para ver se encontrava um espelho, ou algum objeto para cortar os
pulsos. Quando parei à beira da porta, ouvi um som estranho, quase um miado,
que parecia vir de dentro do banheiro feminino. Aproximei-me, encostei o ouvido
à porta e o gemido pareceu mais forte. Bati, perguntando se havia alguém ali,
se precisava de ajuda. Nada. Na hora não soube o que fazer, pensei em chamar
alguém, sei lá, pedir ajuda. Mas não fiz isso, empurrei a porta e entrei. O
gemido agora parecia um choro, fraco, quase sem vida, mas um choro. E vinha de
baixo dos balcões, onde os sacos de lixo ficavam embutidos no mármore e se viam
apenas as entradas e uma seta que apontava na direção da lixeira. No mesmo
momento, imaginei que alguma gata pudesse ter dado à luz ali, dentro da
lixeira, escondida dos olhos humanos e aquecida pelos papéis e toalhas
descartadas. Bem, já que não tinha nada a perder, podia muito bem adotar uma
pequena ninhada de gatinhos, então puxei o saco de lixo para fora, mas parecia
prensado, com um volume anormal e algo que enroscava na saída do balcão. Temi
puxá-lo com mais força e machucar os pequenos animais recém-nascidos. Ergui o
pesado tampo de mármore e finalmente o saco despencou no chão, deixando
derramar seu conteúdo, muitos papéis molhados, e outro saco de lixo, muito bem
amarrado, mas com um rasgão por onde escapava um pedaço de pano branco
encharcado de sangue. Abri-o com cuidado, receoso. Acabei me deparando com um minúsculo
bebezinho, uma menininha, tão frágil, tão gelada, ainda suja de sangue e o
cordão umbilical aberto, por onde o sangue jorrou com força, quando o retirei
do pano em que estava grudado pelo sangue coagulado.
—
Deus do céu, como alguém pode ter coragem de cometer um crime desses? Ainda
mais uma mãe, jogar um filho no lixo dessa maneira para morrer! Eu não a julgo.
Não sei o que a motivou a agir dessa maneira. Mas a minha primeira reação foi
sair correndo de dentro do banheiro, tentando ver se encontrava alguma mulher
ainda por ali, alguém que pudesse ser a mãe daquela pobre criança. Mas a minha
intenção não era de puni-la, mas ajudá-la. Não pensei no que a teria motivado,
pensei apenas de que problema ela estaria fugindo, e desejei poder
solucioná-lo. Não havia ninguém por perto. Então voltei lá e segurei a
pequenina em meus braços. Enrolei-a na minha jaqueta e apertei-a contra o
peito. Ela parou de chorar e olhou para mim com seus grandes olhos, como um
pedido de socorro silencioso. Voltei para o carro, ainda incrédulo. O que eu
poderia fazer? Entregá-la para o pessoal do posto, chamar a polícia? Olhei mais
uma vez para aqueles olhinhos, implorando uma chance. Enquanto eu tentava
perder a minha vida, aquela pequena criatura apenas esperava uma chance de
viver, de amar e de sofrer, como eu tinha vivido, amado e agora estava
sofrendo. Quem sabe aquela mãe quis acabar com aquela miserável vidinha para
protegê-la da dor e do sofrimento que ela própria poderia estar enfrentando?
Coloquei-a no banco da frente, ao meu lado e fui rápido para um hospital. Como
você pode imaginar, o interrogatório foi enorme, levaram o bebê para receber
cuidados médicos e me levaram até a delegacia para esclarecer o fato. Quase me
prenderam. Um inquérito foi aberto e eu, que já estava há muito tempo sem
trabalhar, comecei a passar a maior parte do meu tempo no hospital, cuidando da
pequena, acompanhando o seu crescimento, sua evolução. Finalmente o seu estado
de saúde melhorou e ela foi liberada do hospital. A polícia ainda não tinha
pistas da mãe do bebê, então foi determinado que fosse levada ao orfanato
público, onde aguardaria por adoção. Eu quase enlouqueci! Tinha acabado de
perder uma filha e já queriam me tomar mais uma! Então abri um processo, um
pedido de adoção. Obviamente foi negado, porque havia uma longa fila à espera
de um recém-nascido. Apelei para a segunda instância e depois a uma terceira,
meu pedido mais uma vez negado. Mas enquanto isso, a menina ia e vinha de
muitos lares diferentes, a adoção era negada e a cada dia mais uma família se
interessava por ela. E eu sempre ali, sempre por perto, tratando de espantá-los
de perto dela. Pensei em alegar que ela era minha filha legítima, mas com os
exames de DNA o máximo que eu conseguiria era pegar alguns anos de cadeia por
mentir à justiça. O tempo foi passando depressa e a minha pequena cresceu e
tornou-se uma mocinha. Os casais aos poucos iam perdendo o interesse nela,
procurando apenas os bebês recém-nascidos e deixando a minha princesinha em
paz.
—
Então você finalmente conseguiu a adoção?
—
Não. Nunca consegui, mas encontrei outra forma de ficar com ela. Mergulhei no
trabalho, shows e mais shows, agenda apertada, o que me garantia dinheiro
suficiente para montar uma estrutura e fundar uma espécie de creche. Não uma escola,
mas uma moradia, um lugar onde as crianças pudessem viver e tivessem tudo de
que precisavam, comida, roupas, escola, tudo em um só lugar. Em menos de um
ano, estava tudo legalizado! Consegui uma autorização judicial e fui
imediatamente buscar a minha princesinha, que a essas alturas, já me chamava de
papai! Foi um dia muito feliz para mim, para nós dois. Passamos longos dias
juntos, brincando, divertimo-nos, fizemos coisas que eu jamais imaginei voltar
a fazer! Senti-me vivo novamente e ao mesmo tempo uma alegria estranha por não
ter acabado com a minha própria vida! Então eu soube que muitas coisas boas
ainda estavam por vir, que eu tinha muito o que viver, um objetivo e uma missão
a cumprir. Abri os meus olhos, passei a enxergar uma nova realidade, que estava
ali, tão perto, diante do meu nariz e eu simplesmente tinha ignorado até então.
Passei a olhar para baixo, a observar as pessoas que me rodeavam, nem todos
felizes, nem todos satisfeitos.
—
Digamos que quando eu descobri a minha doença, aconteceu mais ou menos da mesma
forma. Passei a ver o mundo com outros olhos, mas não no sentido de perceber as
necessidades alheias, mas abri meus olhos para você. Foi apenas você que eu
passei a enxergar e a minha própria necessidade de encontrá-lo. Confesso que
posso ter sido egoísta, mas assim como você descobriu a sua missão nessa vida,
entenda que eu descobri também a minha. E a minha missão é você.
—
Eu entendo, em parte, a sua determinação. Por isso estou contando tudo isto, a
minha vida, para que você também possa entender a minha determinação. Descobri
que existem coisas bem mais importantes do que a minha própria felicidade.
Decidi viver o resto da minha vida suprindo as necessidades alheias, daquelas
pessoas que sofriam, que eu via chorando pelos cantos à espera de um milagre.
Eu decidi que seria esse milagre na vida das pessoas. Mas logo vi que não podia
resolver os problemas de todo o mundo, nem pensei que pudesse, então escolhi
acolher as crianças apenas. Nessa altura, eu já tinha uma estrutura para atender
vinte delas. Então escolhi as que vinham de situações mais críticas, que tinham
menos chance de sobreviver, como as que possuíam algum tipo de deficiência, as
que necessitavam de tratamentos de saúde, e as que tinham pais dependentes de
drogas. Tornamo-nos uma grande família! Algumas já estão prestes a me deixar,
mas dessa vez, não as perco para a droga, ou para a prostituição, porque é a
vida que as leva. Estão me deixando para seguirem suas profissões, tenho até
duas meninas prestes a se casar! E não pense que eu fui um pai relapso, nem um
pouco, os futuros genros tiveram de me pedir a mão das meninas, como manda o
figurino!
—
Elas tiveram muita sorte em encontrá-lo!
—
Na verdade, eu é que tive sorte! Porque encontrei um motivo para continuar
vivendo, quando achava que tudo estava perdido. Minha percepção mudou de tal
maneira que eu posso dizer que aprendi o que é o amor. O amor de verdade, como
você me disse, a plenitude da vida que está também na vida dessas crianças. Eu
também sou pleno quando estou com meus filhos e, sempre que tenho tempo, não
desejo outra coisa, senão estar com eles.
—
Viu só, esse é mais um motivo para que você repense as suas atitudes! Já é
chegada a hora de parar de arriscar a sua vida, por seus filhos! Pense neles,
no desespero que seria para eles se o perdessem, imagine como poderiam
sobreviver sem você!
—
Mas, veja o outro aspecto de tudo isso, o que eu significo para eles. É
possível que, se acontecer algo muito ruim comigo, se eu morrer, eles consigam
sobreviver de doações, como você sugeriu. Sempre há pessoas interessadas em
causas sociais, pessoas dispostas a ajudar, como você mesma se propôs há pouco,
embora eu já tenha garantido recursos financeiros para todos eles caso eu venha
a falecer, mas eu sou mais do que isso, eu sou a prova de que sonhos podem se
tornar realidade! Sou um exemplo a ser seguido e eles fazem questão de me
lembrar disso todos os dias.
—
É modesto, também...
—
Por favor, não me interprete mal, não estou querendo me gabar. Mas não deixa de
ser interessante e inspirador que um garoto pobre como eu fui, tenha chegado
aonde cheguei. E pelo meu próprio esforço, com muito sacrifício, com muito suor
destas mãos calejadas que você vê agora. Não digo isso pela fama que
conquistei, ou por eu ter conseguido ser um dos únicos civis que fazem esse
tipo de voo, nem pelo dinheiro que ganhei e que ganho hoje, digo isso porque
tenho orgulho de ser um lutador, um vencedor, apesar de todas as dificuldades
que tive de enfrentar. Isso é importante para aquelas crianças, nutrir os
sonhos, mostrar para elas que podem tudo o que quiserem, desde que trabalhem
duro e se esforcem para isso. Os sonhos são mais importantes que o dinheiro, os
sonhos nos tornam vivos e as realizações dos sonhos nos tornam felizes.
Dinheiro consegue-se fácil, de uma maneira ou de outra, por um caminho
qualquer. Sonhos não. Exigem muito mais esforço, muito mais busca, mais desejo.
Se eu desistisse do meu sonho, isso significaria a morte para mim. Não do corpo
físico, mas a morte da minha alma. Como eu poderia viver só de corpo, sem a
minha alma? Tornar-me-ia infeliz, rabugento e ranzinza, um velhote frustrado.
Não é o que quero ser, prefiro perder o corpo e deixar que minha alma vague
livremente pelos céus por toda a eternidade!
Natália
não disse mais nada, mas apertou a mão dele, olhando para os olhos que agora a
fitavam curiosos, para o sorriso doce e meigo que ainda estava estampado
naquele rosto e que parecia estar eternamente ali, independente do que
acontecera ou do que acontecesse no futuro. Ela não compreendia como aquele
homem, com uma história de vida tão sofrida, podia manter a serenidade que ele
mantinha. Ela mesma em seu lugar, jamais teria sido capaz de superar os
desafios que ele superou. Ela ainda tinha curiosidade em saber sobre a filha que
ele perdera, mas não quis perguntar mais nada, uma vez que ele deixou bem claro
que a ferida se fechara, já lhe bastavam as lembranças para fazê-lo sofrer, ela
jamais o faria. Recordou-se dos pensamentos motivadores que teve quando
acordou, no hospital, a sensação de liberdade plena, que poderia ser semelhante
à liberdade a qual ele se referira. Ainda que ela estivesse usufruindo dessa
liberdade, apenas pelo fato de ter tido a coragem de correr o mundo a buscá-lo
ou por ter sido louca o suficiente para estar ali com ele nesse exato momento,
e lúcida o suficiente para enfrentar o desafio com a determinação de uma
condenada que anseia pelo seu último desejo. Mas ainda não estava saciada. Não
alcançara o objetivo de fazê-lo desistir de toda a loucura de arriscar a
própria vida, a loucura de continuar fazendo o que mais ama pelas pessoas que
mais ama. E agora que estava tão perto do inalcançável, agora que tinha a
oportunidade real de convencê-lo, de usar as suas táticas tão eficazes com os
outros homens, já não tinha mais certeza se era isso que queria. Ele não seria
mais o mesmo se ela arrancasse o sorriso de seus lábios, quem sabe trocando-o
por lágrimas salgadas a escorrer pela face.
O
objetivo era mais inalcançável agora do que nunca, não que ele não estivesse
apto a seguir os seus conselhos, porque ela conseguiria ser eficaz se
persistisse, e acabaria por convencê-lo, mas porque a dúvida se instalara
dentro dela, o tumulto se apossara de seu ser, fazendo o seu coração pulsar sem
saber qual seria a pior dor: perdê-lo precocemente ou tê-lo vivo e infeliz. Ele
a julgara egoísta, e ela imaginara que ele jamais tinha perdido alguém a quem
amava. Ambos estiveram enganados. Ela merecia ser chamada mil vezes de
impulsiva, mas o egoísmo não fazia parte daquela história. E ele... Ele não
passava de um pássaro ferido, caído do seu ninho, desprotegido, embora fosse
forte o suficiente para ter sobrevivido. E o mais intrigante naquele pássaro
ferido, não era exatamente a sua força, era a calma que trazia consigo, a paciência
que parecia ser a sua maior virtude. E o sorriso tranquilo, sempre nos lábios.
Ela não pôde se recordar de nenhum momento que tenha olhado para ele, que não
tivesse se deparado de imediato com aquele sorriso, terno e sereno, como se o
céu estivesse sempre azul, sempre esperando por um de seus voos.
—
Eu não posso me conformar... — confessou ela — Por mais que você tente, será
impossível me convencer... Nada é mais importante do que estar vivo, nada é
pior do que morrer...
—
É sim, a infelicidade pode ser infinitamente pior do que a morte. E a
felicidade e o amor são sentimentos além da vida. Cada um de nós traz um anjo e
um demônio dentro de si. Se o anjo prevalecer na maior parte de nossas vidas,
seremos felizes, mas se o demônio prevalecer, certamente só atrairemos
tristezas e decepções.
—
Um anjo e um demônio? Em você, notoriamente, o que prevalece é o anjo, dá pra
ver isso no seu rosto. Acho que em mim prevaleceu o demônio.
—
Não, esta não foi uma citação completamente literal, eu apenas quis dizer que
todos nós somos bons e maus ao mesmo tempo. Mas como tudo o que fazemos acaba por
voltar para nós, imagino que se o demônio prevalecer, cometermos mais injustiça
que justiça, mais maldades do que bondades, nós seremos infelizes, porque receberemos
de volta as injustiças que cometemos e as maldades que praticamos. Ocorre deste
jeito também com o anjo dentro de nós. Quando exercemos o amor, seja o amor
imposto pela natureza, como você disse, ou o amor que nosso coração escolheu
para existir, o anjo dentro de nós exalta-se, porque a pessoa quando ama é
incapaz de deixar que o demônio se manifeste. Mas nós não somos feitos só de
amor, não é mesmo? Nós somos feitos também de outros sentimentos, de mágoas, de
rancores, de afeto, de carinho, eu poderia citar mil sentimentos diferentes. E
esses sentimentos se alternam dentro de nós, mesmo contra nossa vontade. Afinal,
quem gosta de estar triste ou rancoroso, ou com raiva? Uma pessoa por melhor
que possa parecer, também pratica maldades, e as pessoas que julgamos serem
totalmente más, certamente também conhecem o amor. É inevitável que a vida
aconteça dessa forma, essa é a ordem natural das coisas.
—
Mas existem as pessoas que não têm, ou que não tiveram outra alternativa senão
seguir o caminho da maldade. Como poderemos culpá-las, então? É isso o que
vemos em nosso cotidiano, cada vez que saímos de casa para trabalhar,
deparamo-nos com moradores de rua, jogados pelas calçadas, tremendo de frio,
morrendo de fome. Alguns deles perdidos nas drogas, cometendo crimes. Então,
como podemos julgá-los, se o demônio foi a única manifestação que conheceram?
—
Isso não é verdade. Em primeiro lugar, não estamos julgando ninguém, e nem
temos este direito, porque ele não cabe a nós. E depois, todo mundo tem sempre
dois caminhos a seguir, por mais absurdo que possa parecer. O morador de rua,
por exemplo, pode simplesmente deitar-se na calçada, passar frio, morrer de
fome, ou pode simplesmente procurar um abrigo público, alimentar-se e dormir
sob um teto. Ele tem essa escolha. Quanto às drogas, ninguém é obrigado a
usá-las. Nem todos os moradores de rua são drogados, nem todos os sem-teto são
bandidos ou viciados ou vagabundos, existem muitos, muitos mesmo, que são
pessoas mais dignas do que nós dois, que sofrem, que trabalham, que tentam
criar seus filhos em meio a tanta injustiça. E conseguem. E conseguem até
melhor do que muitos ricos privilegiados. Há muitos exemplos disso por aí, nós
é que não fazemos questão de enxergar, mas eles estão na nossa frente, basta
olharmos. E olhar muitas vezes não é fácil, porque queremos ver coisas bonitas,
queremos ver luxo, gente interessante e realizada, e não gente sofredora que
luta, que batalha, não pessoas de carne e osso como nós; queremos ver
celebridades, semideuses da ignorância, porque isso sim é que é bonito.
—
Semideuses, como você?
—
Não como eu, mas como as pessoas me veem. Por que você acha que tantos fãs me seguem
por onde quer que eu vá? É por causa da minha imagem, da personificação dos
sonhos delas, realizando-os em mim. Você não faz ideia da quantidade de cartas
que recebo diariamente, dos presentes que me enviam, principalmente as garotas,
das juras de amor que recebo e que já recebi. Mas eles não são para mim, são
para seus próprios sonhos. Como podem amar a um desconhecido? Tenho certeza de
que se eu me casasse com qualquer uma delas, o romance estaria desfeito em
menos de um ano, porque eu não sou um sonho, eu sou uma pessoa, cheia de
compromissos, de responsabilidades, que não poderia passar os meus dias em
função de uma única pessoa. O desejo que elas têm, é de me possuir, de possuir
o que elas pensam que eu sou. De certo imaginam que eu seria um cavalheiro
pronto para colocá-las na “garupa” do meu avião e sair por aí, rasgando os céus
romanticamente com elas. Ou então que eu sou um príncipe (uma delas escreveu
isso para mim), um príncipe dos céus, pronto para torná-las minhas
princesinhas. Mas eu não sou nada disso. Sou uma pessoa como qualquer uma
delas, cheio de problemas, e de sonhos também. Se me transformaram em um desses
semideuses, isso é apenas um equívoco delas. Eu e qualquer outro, por que
semideuses não existem de verdade e, mais cedo ou mais tarde, elas saberão
disso.
—
E quanto ao seu outro grupo de fãs? Os pequenos que hoje sonham voar, motivados
pelo que você mostra para eles quando está lá em cima? Os que puderam assistir
a uma de suas apresentações puseram na cabeça que serão como você.
—
Ah, esses sim, são sonhos construtivos! Desses eu tenho muito orgulho, porque
foi mais ou menos isso que aconteceu comigo! E eu sempre procuro dar o máximo
de atenção para eles, assim como eu inspiro as minhas crianças, espero ser a
inspiração também destes meninos e meninas que admiram o que eu faço. Isso é
completamente diferente, porque esses admiram o meu trabalho e já sabem que é
preciso muito esforço para chegar até aqui. É lógico que eu agradeço a atenção
de todos os meus fãs, sem distinção, uma vez que são eles os responsáveis pelo
meu sucesso (e pelo meu salário), mas esses garotos têm o meu carinho especial.
Se eu pudesse, abriria uma escola de voo, para tornar cada um deles piloto
também! Só lamento que eles mudem de ideia tão depressa. Basta a consulta a um
médico e a vontade de ser piloto é substituída quase que instantaneamente pela
vontade de ser médico. As crianças são mesmo impressionantes!
Outra
vez o silêncio. As mãos que gesticulavam enquanto falava, agora pendiam soltas.
Os olhos brilhando, fixos em Natália. Ele era apenas anjo, não havia nenhum
rastro de demônio nele. E a cada palavra, aumentava nela a sensação de
conhecê-lo, como se pudesse adivinhar com antecedência o que mais ele poderia
dizer. Mas havia algo mais, uma sensação muito mais forte e evidente. Havia o
amor dela por ele, que era agora maior do que nunca, por que estava ali tão
perto, embora soubesse que ele não correspondia a esse amor, porque tudo isso
era ainda muito novo para ele. Ele podia sentir esse amor? Ela pensava que sim,
pelo simples fato de ainda estar ali com ela, perdendo seu precioso tempo. E
por ter procurado por ela com o pretexto de entregar a entrevista pessoalmente,
trabalho que assistia exclusivamente à sua assessoria de imprensa e ainda, por
tê-la trazido para seu quarto, para sua vida, como ele dissera. Ela não tinha
mais argumentos para convencê-lo e também, já não queria mais. Era melhor
simplesmente voltar para casa e aproveitar o que tinha planejado para si, viver
os seus últimos dias conforme desejara, e deixar que ele seguisse o seu caminho
em paz. Ele tinha razão, não passava de um estranho, mesmo que o coração de Natália
insistisse em afirmar o contrário. Estava na hora de se despedir.
—
Então é isso! — disse ela levantando-se, já olhando em volta em busca de onde
poderia ter deixado a bolsa na noite anterior.
—
Então é isso o quê? Aonde você vai?
—
Eu? Vou para casa. Já fiz o que vim fazer, a decisão agora é sua, e acho que
você já a tomou. Agora eu compreendo o que os céus são para você. Desejo-lhe
boa sorte, e peço mais uma vez, que se cuide. Nós precisamos de você para nos
inspirar.
—
Por favor, não vá ainda! Fique na cidade até amanhã, eu gostaria muito de
convidá-la para jantar esta noite, para corrigir a noite de ontem, pode ser?
Amanhã eu dou um jeito de levar vocês para casa, alugo um jatinho e chegarão
bem cedo a casa, eu prometo!
—
Desculpe, mas acho melhor não. Já tomei demais o seu tempo. E além do mais,
você tem que cuidar do seu avião. Eu vou voltar para casa. — Natália baixou a
cabeça. Não queria voltar para casa, desejava ficar com ele, não só mais uma
noite, mas pelo resto de seus dias. Era muito difícil a razão dizer não, quando
o coração gritava sim. Porém se
ficasse, estaria se envolvendo demais, se é que isso era possível, mas não
podia deixar que ele também se apaixonasse. Ela não teria tempo para fazê-lo
feliz. Partiria em breve e ele então sofreria. Para que causar mais uma decepção,
dessa vez desnecessária, a quem já tinha sofrido tanto?
—
Por favor, eu insisto! Apenas mais um jantar! Convide Andrew também, tenho
certeza de que ele não vai recusar!
—
Está bem. Mas sem vinho desta vez! — brincou ela. Ele respondeu apenas com um
aceno e abriu mais ainda o sorriso que ela amava.
Raquel Pagno
www.raquelpagno.com
Oi Raquel!
ResponderExcluirNão li pq vou começar do princípio ta? Mas vou ler! Assim que conseguir uma folguinha aqui, começo!
bjo bjo^^
Oi Ana, que bom receber sua visita por aqui! :D
ExcluirQuando puder ler, não esqueça de deixar sua opinião pra gente, ok?
Ah, não li todos os capítulos ainda... :/
ResponderExcluirEspero conseguir acompanhar, mas com a facul ta difícil!
http://apenas-um-vicio.blogspot.com.br
Olá Dessa!
ExcluirQuando puder ler, adoraria que deixasse a sua opinião também. ;)
Beijos!
Tenho que começar a ler lá do início.
ResponderExcluirBjs, Rose
Sim Rose, senão terá muitos spoilers. rsrsrsrsrs
ExcluirObrigada pela visita! Beijos!
Olá!
ResponderExcluirEu não li, porque não tinha lido os outros. Então vou ler desde o começo.
Beijinhos!
Www.eraumavezolivro.blogspot.com.br
Isso mesmo Suelen, lê desde o início que será bem mais emocionante! ;)
ExcluirObrigada pela visita, não esqueça de deixar seus comentários quando ler, ok?
Beijos!
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirAdorei esse novo capítulo. Que lindo a história do "orfanato". Ele conseguiu transformar a perda da filha em amor e carinho por outras crianças. Amei!
Olá Monica!
ExcluirPois é, ele superou a perda da filha de uma forma muito bonita. ;)
Obrigada pela visita e pelo comentário.
Beijocas!
Oie!
ResponderExcluirGostei da forma como a autora escreve, mas não li o capítulo inteiro, porque ainda não li os anteriores, mas vou ler sim, logo que eu terminar minha lista de leituras :)
Beijos,
Storytime, storyteller
Oi Nina,
Excluirquando puder ler, deixe seus cometários. Serão de grande ajuda. ;)
Muito obrigada pela visita! Beijos!
Olá!
ResponderExcluirNão acompanho desde o começo, por isso não li o capítulo. Vou tentar acompanhar desde o começo para poder ter uma opinião formada.
Beijos
Rayssa
http://diariosdleitura.blogspot.com.br
Olá Rayssa!
ExcluirSerá um grande prazer contar com a sua opinião. ;)
Obrigada pela visita! beijos!
Adorei esse capítulo, muito bom e super reflexivo. Minhas partes preferidas foram as que falam sobre a realização de sonhos e sobre o fato de nós sempre termos uma escolha. Mas Raquel, estou sentindo que você vai escrever outro final infeliz... Odeio finais tristes e meu voto é pra você deixar de ser malvada... u.u
ResponderExcluirBeijo!
Ju
Entre Palcos e Livros
Oi Ju!
ExcluirA história começa a se intensificar. A realização dos sonhos e as escolhas, são pontos com os quais lidamos diariamente, não é mesmo? Acaba tocando fundo em todos nós (ou ao menos, assim eu espero).
Quanto ao final... só lendo os próximos capítulos pra descobrir.
Muahahahahahahaha (brincadeirinha! ;)
Obrigada pela visita e pelo comentário! Beijos!
Obrigada Fran, fico feliz que tenha gostado. ;)
ResponderExcluirSe puder deixar seu comentário quando ler, ajudará muito!
Beijocas!
Não quero spoilers, haha.
ResponderExcluirAinda não consegui terminar todos os outros capítulos, mas estou chegando perto.
Oi Rita! Quando ler o restante, deixa a sua opinião aqui pra gente, ok?
ExcluirObrigada pela visita! Bjs!
Oi Rita! Quando ler o restante, deixa a sua opinião aqui pra gente, ok?
ExcluirObrigada pela visita! Bjs!
Oie Raquel ;)
ResponderExcluirBem a escrita esta correta e as emoções junto com as descobertas a solta. É tão difícil e ao mesmo tempo não quando se trata de assunto do coração. Por ser realista aqui concordei com ele quando fala em relação ao amor. Ele não é egoísta mesmo que não gostamos de algo se amamos danos a liberdade. Mas também com ordem com o ponto de vista dela mediante ao perigo que ele corre. Claro iríamos nos preocupar ds mesma forma. Mas aí ele fala das crianças e meu coração amolece novamente. Fato é que qualquer decisão que vier tomar não será fácil.
Olá Maria,
ExcluirAmor e liberdade são ao mesmo tempo irmãos e opostos.
Por mais que ele tenha exposto seus motivos, para Natália continuará sendo muito doloroso vê-lo se arriscar.
Já tive a oportunidade de conversar diversas vezes com os pilotos da nossa Esquadrilha da Fumaça e todos eles sempre batem no mesmo ponto quando eu pergunto por que se arriscam daquela forma: eles amam o que fazem e são unânimes em afirmar que sem isso não seriam felizes.
Já as mães deles não pensam assim e a maioria delas aceita por que não tem como impedir e ao mesmo tempo em que se orgulham dos filhos aviadores, temem muito pela vida deles.
É sem dúvidas uma situação complicada.
Obrigada pela visita e pelo comentário! Beijos!
Oieee, queria ler, mas estou meio sem tempo, mas assim que puder vou dar uma conferida, Abraços
ResponderExcluirOlá Gustavo! Quando puder acompanhar, deixe sua opinião aqui pra gente, ok?
ExcluirBeijos!
Gostei bastante do capítulo!
ResponderExcluirRealmente existe essa dualidade entre o bem e o mal em todas as pessoas. Mas concordo que todos têm o poder de decidir por qual caminho seguir.
Olá Pamela!
ExcluirQue bom que gostou. :)
Essa luta entre o bem e o mal é eterna né? Penso que não se dá apenas entre dois personagens, mas sim dentro de cada um de nós.
Obrigada pelo comentário. Bjs!
Oi,
ResponderExcluirA cada novo capítulo que leio, parece que a história me envolve mais, ainda mais quando tem esse batalha do bem e o mal, que já acho que comentei aqui o tanto que gosto desses capítulo e não vejo a hora de você publicar de uma vez, como demoro um pouco pra ler, fico algumas vezes sem lembrar de algo hehe, mas com toda certeza estou adorando.
Beijos
Mari - Stories And Advice
Oi Mari,
ExcluirSe tudo correr bem, em breve o livro impresso estará disponível. ;)
Fico muito feliz que esteja gostando. Não perca os próximos capítulos, estamos nos aproximando do final e a cada capítulo a trama se intensifica.
Beijos!
Oi Raquel, tudo bem?
ResponderExcluirEu estava acompanhando desde o início, mas acabei perdendo alguns capítulos. Mesmo assim eu li, eu gosto desse assunto: escolhas. Não ria, mas quando fui lendo esse capítulo, uma frase do Filme O Parque dos Dinossauros 3, me veio a mente: existem dois tipos de meninos, os que estudam em um lugar seguro, como os paleontólogos e os que são astronautas, é a diferença do que você imagina e do que você vê. É mais ou menos assim, e foi essa impressão que seu personagem me deu, ele é um astronauta, ele faz, ele vive, ele não é do tipo de ficar sentado.
Torcendo por mais emoções.
beijinhos.
cila-leitora voraz
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Olá Priscila!
ExcluirRealmente, trata-se de um personagem decidido, inspirado em pessoas que realmente correm esse tipo de risco diariamente, no caso, nossos heróis da Esquadrilha da Fumaça (eu amo, todos eles).
Conversando com as mães desses rapazes, algumas declararam o medo que sentem e como é difícil a aceitação de ver uma pessoa que se ama arriscando sua vida, e por mais se tenham consciência de estão felizes fazendo o que fazem, não é nada fácil pra quem fica.
Obrigada pela visita e pelo comentário. Beijos!
Olá Raquel! Não acompanho a história, mas juro que quando eu tiver tempo vou acompanhar desde o primeiro capítulo!!!
ResponderExcluirOlá Jonathan!
ExcluirQuando puder, leia e deixe seus comentários, ok?
Obrigada pela visita! Beijos!
"Alguns deles perdidos nas drogas, cometendo crimes. Então, como podemos julgá-los, se o demônio foi a única manifestação que conheceram?" Essa frase me deixou boquiaberto. Gostei demais do capitulo. Você escreve de forma simples e agradável. Não intendi algumas coisas, mas é porque ainda não li os outros capítulos, mas assim que puder vou ler:P
ResponderExcluirBeijos, Carlos.
http://blogchuvadeletras.blogspot.com.br/
Olá Carlos!
ExcluirFico feliz que tenha gostado! Quando puder ler os capítulos anteriores, deixe sua opinião aqui pra gente, ok?
E não perca os próximos capítulos! tenho certeza de que irá se emocionar. ;)
Beijos!
Li esse capítulo e adorei, mas agora vou começar a ler lá do comecinho pra entender melhor a história.
ResponderExcluirXará, parabéns pela escrita!!!!
Bjok
Comecei a ler na esperança de que fosse independente dos outros capítulos, mas logo vi que não haha Vou ler os anteriores e assim que chegar nesse volto pra comentar :D
ResponderExcluirEm breve darei uma passadinha pra deixar minhas impressões.
ResponderExcluir@_Dom_Dom