Resenha # Se eu ficar e Para onde ela foi

Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.

Meu primeiro impulso não é agarrá-la nem beijá-la. Eu só quero tocar sua bochecha, ainda corada pela apresentação desta noite. Eu quero atravessar o espaço que nos separa, medido em passos não em milhas, não em continentes, não em anos , e acariciar seu rosto com um dedo calejado. Mas eu não posso tocá-la. Esse é um privilégio que me foi tirado.
Com a mesma força dramática de Se Eu Ficar, agora pela voz de Adam, Para Onde Ela Foi expõe o desalento da perda, a promessa da esperança e a chama do amor que renasce.

Autor: Gayle Forman  //  Páginas: Livro I - 224 e Livro II - 240 // Editora: Novo Conceito // Classificação:  Excelente  // Onde Comprar: Casas Bahia  Ponto Frio  Submarino

A história de amor vivida por Mia e Adam foi apresentada por Gayle Forman em dois livros que se complementam e surpreendem pelas perspectivas e pontos de vista diferentes. 

No primeiro livro, Gayle nos envolve num dilema vivido por uma adolescente de 17 anos que encontra-se em estado grave após sofrer um terrível acidente onde perdeu seus pais e o irmão de apenas 8 anos. Esta jovem precisa decidir entre viver e aprender a sobreviver sem a presença da família, se contentando com o carinho dos avós, parentes, amigos e do seu namorado, ou morrer e "encontrar-se" com a sua família.

De forma sobrenatural, após o impacto do acidente o espírito de Mia se desvencilha do seu corpo e pode acompanhar tudo o que está acontecendo ao seu redor. Assim, ela descobre o desfecho do acidente e tem conhecimento do sofrimento que perneia entre seus amigos, familiares e acima de tudo, seu grande amor.

Adam, um jovem que é guitarrista e vocalista de uma banca de rock, luta para se aproximar do corpo dilacerado de Mia, porém nem imagina que ela o está acompanhando e ouvindo cada palavra diferida por ele.

O livro é sequenciado por horas decorridas após o acidente e nos permite questionar o que, de fato, acontece com o corpo e o espírito das pessoas em coma, ou entre a vida e a morte.

Tenho certeza que você irá se prender neste dilema e (assim como eu) tentar mensurar se Mia deve ou não voltar a vida e tentar ser feliz.

Já no segundo livro, Forman nos apresenta os fatos pelo ponto de vista de Adam, um jovem de 22 anos que alcançou o auge da sua carreira musical mas não encontra a felicidade na vida pessoal.

Por ser o vocalista e compositor, o jovem protagonista passa por problemas até entre seus colegas de banda. Estes não conseguem aceitar todo assédio e atenção diferidos pela mídia que diferencia Adam e favorece sua imagem de estrela da banda.

Mas, em meio a tantos problemas e tal sofrimento, Adam é surpreendido por um encontro que pode mudar toda a história da sua vida. São pouco mais de 24h para viver cada aventura e decidir o que realmente importa e voltar a ser aquele jovem feliz e apaixonado pela música.

O mais interessante deste livro é mostrar-nos alguns acontecimentos que foram descritos por Mia no primeiro livro e perceber o quanto a cabeça dos homens e das mulheres pode enxergar fatos por perspectivas diferentes.

É uma história de amor recheada de contrastes. Mia Hall, uma nerd, que tem como pai um ex integrante de uma banda de rock e uma mãe punk, não se encontra neste "mundo" e encanta-se com a música clássica. Toca violoncelo como ninguém. Contudo se apaixona por um integrante de uma banda tão barulhenta quanto a ex banda do seu pai.

Para viver esse amor, Mia e Adam precisam aprender a respeitar e conviver com tais diferenças.

Eu gostei muito da história e indico se você não tem problemas em abrir a mente e acreditar que somos constituídos de alma e carne e podemos sim, em momentos propícios, separá-los sem menosprezar a ligação que existe entre a saúde de ambos.

Acredito que após a leitura, você começará a pensar que a morte existe, que devemos valorizar cada segundo das nossas vidas e não hesitar em aproveitar o que a família tem de melhor para nos oferecer.

Vale a reflexão. 

E se você se amarra em filmes, pode comemorar porque o primeiro livro já foi adaptado para o cinema e, no meu ponto de vista, não deixou nada a desejar.

Boa leitura!