CARNAVAL

CARNAVAL

O carnaval brasileiro tem poder. Definitivamente. Poder para várias coisas, para dizer a verdade.  Primeiro tem o poder de parar um país para três dias de festa (na realidade seriam cinco, contando sábado e domingo).

Tem um poder financeiro. Mesmo com o país passando por dificuldades (vide os escândalos) o carnaval mantém o seu luxo, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo.  Parece até que não falta dinheiro. Tem um comércio só seu. Não vou entrar em detalhes até porque não participo do dia a dia das escolas de samba, como é feita a arrecadação durante o ano, mas sei que tem repasse do Estado.

E tem o poder de fazer o brasileiro esquecer, durante esse período, de qualquer mazela ou tristeza que o acompanha.

Acho que um país que só começa a funcionar depois do carnaval, que pode acontecer em fevereiro ou até mesmo em março, nunca vai alcançar o primeiro mundo. Não tem tanta seriedade assim. Afinal, além de dizer que tudo termina em pizza no Brasil, as coisas também terminar em samba.

Sim, já brinquei o carnaval. Quando era adolescente toquei tamborim em uma escola de samba da minha cidade. Acho que naquela época era mais legal. Não havia tanta nudez como hoje, e exatamente por isso pude participar.  Da última vez que participei de um carnaval foi em Recife e Olinda, há exatos seis anos. (vide fotos).

Carnaval em Olinda. (muita gente)

Carnaval em Olinda - Frevo.

Não sou contra o carnaval. Sou contra o país só começar a andar depois do carnaval. Tudo só funciona depois do carnaval. Parece que o país tira férias durante esse período pré-carnaval. Como quer ser um país de primeiro mundo agindo assim?  Como ser um país sério? (e nem estou falando dos carnavais fora de época)

O carnaval deixou de ser uma brincadeira e passou a ser comercial. E há exageros, quando eu vejo que uma modelo ou atriz pagou 30 mil reais por uma fantasia. E minúscula. Às vezes tão minúscula que precisa de um tapa-sexo. Melhor ir nua mesmo que não paga nada. E do jeito que as coisas andam já se acostumou com nudez na avenida. Ninguém fala nada, nem mal ou bem. Gosto de mulher pelada? Claro! Na minha intimidade. Não quero minha filha vendo essas coisas. Ela tem só onze anos de idade.

A situação é tão séria e permissiva que nesta época os governos distribuem camisinhas. É assim que agem, não instruem, não ensinam, e não proíbem. No carnaval pode. Tudo é permitido. Até o que é ilegal.

Muita coisa precisa ser revista, mudada. Enfim, melhorada.

No entanto, com tudo o que anda acontecendo no país, prefiro uma mulher pelada aparecendo na tela da TV do que os escândalos. É menos ofensivo e ainda posso desligar o aparelho. O dano é mínimo.

Antonio Henrique Fernandes

Colunista.