No Meu Mundo...

31 julho 2015



Asher - O Messias


Pessoal, quem lembra de Asher e Kenora?

Asher está de volta! Depois da morte de Kenora na antiga Mesopotâmia, ele volta no ano 33 d. C. e vai a procura do Messias na tentativa de ressuscitar sua amada. E ainda tem a intenção de capturar e acabar com a vida de seu inimigo - o vampiro que o transformou em monstro - Adramelech, e assim alcançar a tão sonhada vingança.
Seria possível trazê-la de volta do mundo dos mortos? Acompanhe essa surpreendente história a partir da próxima sexta, e descubra!

Para Relembrar (capitulo final de Asher - o primeiro conto):


"Antes de partir, o demônio deu uma gargalhada e, impondo-nos a penitência de presenciar a morte um do outro, sumiu conforme chegou, em uma nuvem espessa de fumaça negra, como se seu corpo fosse capaz de se desintegrar.
Fiquei ali impotente perante a agonia de Kenora. Tentei levantar-me, estender os braços até a sua face pálida, mas estava demasiado machucado e já não conseguia buscar forças para mover nada mais do que meus olhos que se reviravam em suas órbitas e deixavam cair pequenas gotas prateadas.
Kenora estava morrendo. Não renasceria para uma vida imortal como a minha, porque para os bruxos, isso somente era possível se um dos Primeiros nos desse de beber seu próprio sangue. Adramelech não o dera a ela. Sugara até sentir-se satisfeito, mas tomara cuidado para que o coração continuasse batendo, deixando-a agonizar para me castigar.
Queria dizer-lhe o quanto eu a amava, pela última vez, mas meus lábios não se moviam, por mais que me esforçasse. Ela também não se movia, mas seus olhos estavam abertos e me fixavam, ainda com uma centelha de vida e uma lágrima solitária. Se, até então, eu tinha um coração, foi por causa daquela lágrima que ele deixou de existir.
Eu poderia ter passado a eternidade ali, olhando para a face sem vida de Kenora. Eu nunca desejara tanto o anjo da morte quanto naquele momento, e nunca tornei a desejá-lo tão veementemente. Talvez por conta deste desejo, é que eu tenha reconhecido o cavaleiro negro que arrancou-lhe a alma, cortando o fio prateado que a prendia àquele corpo débil, ou talvez, isso tenha sido apenas um delírio.
Efrat chegara, o cão branco que eu avistara nas montanhas de Zagros. O pelo alvo cintilava vermelho de sangue e, aos poucos, foi retomando a sua forma humana. Desesperado, ajoelhou-se ao lado do corpo de Kenora, abriu o pulso e deixou que o sangue dos bruxos escorresse até os lábios sem vida. Embora eu compreendesse que já era tarde, tive esperança, mas ela já não pode bebê-lo.
Permanecemos ali por muito tempo, Efrat ajoelhado ao lado de Kenora morta, eu deitado em frente ao cadáver, martirizado pelos olhos vitrificados, que ficaram, e que ainda permanecem, refletidos nos meus.
Vaguei sem rumo durante muito tempo, depois que ela se foi. Procurei pelo anjo da morte em cada canto do planeta, em cada caverna escura, em cada fim de tarde cinzento. Mas o dom de morrer era uma dádiva que não me fora concedida.
 
Efrat seguiu-me, quando decidi caçar Adramelech, e jurei matá-lo, mesmo sabendo que isso seria impossível. Porém, nunca o reencontramos, e ainda hoje vagamos pelo mundo, livrando-o das pragas sugadoras de sangue."



Asher - leia o primeiro conto completo aqui: https://www.wattpad.com/myworks/17187047-asher


Raquel Pagno
www.raquelpagno.com    


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