REFLEXÃO

17 dezembro 2015


REFLEXÃO.


Dois fatos. Dois mundos. Dois países completamente diferentes. Duas situações revoltantes, e ambas, ao menos para mim, têm o mesmo peso.
Crimes contra a Humanidade.

Primeiro fato: as barragens de responsabilidade da empresa SAMARCO. Simplesmente romperam. Em mariana, Minas Gerais, além do claríssimo dano ambiental houve coisa pior: pessoas morreram, esmagadas e afogadas pela lama tóxica que inundou a pequena cidade. Um prejuízo incalculável.

No Espírito Santo aconteceu a mesma coisa, no entanto, o prejuízo fora somente ambiental, que não é pouca coisa.

Irresponsabilidade que mata.  Não há dinheiro que conserte o estrago que foi feito. E ainda podem acontecer mais fatos semelhantes, pois há barragens no país inteiro. Não há controle sobre essas minerações. Os políticos, empresários e lobistas estão todos mancomunados, apenas pensando no lucro deles. E o povo sempre perde. Sempre! Até porque ninguém realmente pensa neles.

Em um país sério, os responsáveis já estariam sendo punidos, inclusive com cadeia, além de pagar muito, mas muito dinheiro. E o conserto do dano ecológico e ambiental já estaria sendo realizado. Mas não somos um país sério. Pode apostar que vai demorar para esse prejuízo ser sanado.

Todos os dias assisto nos jornais sobre o assunto. Vamos ver até onde vai a cara de pau desses nossos políticos. Temos pessoas boas sim, com boas intenções, e queremos que eles tomem as rédeas do poder e conduzam novamente nosso país ao caminho da organização e progresso que tanto está sendo omitido. Tudo com responsabilidade.

Segundo fato: o ataque terrorista em Paris. Vi pessoas comparando as tragédias, dizendo que o que aconteceu aqui é mais importante do que aconteceu lá. E que só por ser um país de primeiro mundo, da Europa estariam dando mais ênfase. Pois bem. Eu acredito que é tão nocivo o que aconteceu em Paris com o que aconteceu aqui, no entanto a abordagem é evidentemente diferente.

Aqui foi a falta de responsabilidade de muita gente que se tornou fatal. Lá foi a crescente intolerância religiosa (será mesmo?). Eu acredito que não se possa dar esse crédito todo, pois a religião muçulmana, a verdadeira, nada tem a ver com essa guerra santa que está se desenhando. O terrorismo nada tem a ver com religião e não seria prudente incluir todos os muçulmanos nesse pacote.

De fato, o terrorismo vem tendo um papel muito presente nos dias atuais, sendo uma arma poderosa para conseguir deteriorar qualquer sentido de paz mundial. E como se faz para lutar com uma força invisível? Como se faz para lutar contra uma ideologia, errada, mas ainda assim ideologia?

E como se faz para lutar com uma entidade que sequestra, mata, explode e coloca em seus exércitos crianças ou adolescentes? Que ensina a crianças a decapitar pessoas?

Precisamos ficar de olho, pois essa doença chamada Estado Islâmico, do mesmo jeito que a Al Qaeda, está se alastrando no mundo e pode chegar até mesmo no Brasil. Não se iludam. Aqui já está nascendo embriões de intolerância, imagine se uma entidade como essa decide se instalar no nosso país? Vale lembrar que ano que vem tem Olimpíadas. Tudo é possível para esse povo.

Em uma guerra ninguém está imune. Ninguém.

Temos a nossa própria guerra particular no Brasil, todos os dias: corrupção, criminalidade aumentando, direitos que são dados a quem não merece, intolerância religiosa, sexual e racial. O que não precisamos é de mais uma guerra. Mundial. Santa. Seja lá o que for que esses terroristas querem impor.


Antonio Henrique Fernandes

Colunista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário