No Meu Mundo...

18 dezembro 2015


Capítulo 19


Reuni coragem e me aproximei, e antes que eu pudesse alcançá-lo, vi não muito longe um brilho de tochas se aproximavam. Estaquei. O maldito traidor aproximou-se do Messias e, beijando-o, sussurrou uma palavra: mestre.

A luz dos archotes se intensificou, e eu vi uma legião armada com espadas e paus. O Messias foi levado. Eu queria impedir, mas estava paralisado. Era como se aquela fosse a vontade do próprio homem. Eu estava impotente.

Os últimos acontecimentos foram demais para mim. Minha última esperança se fora. Ainda que o Messias não fosse condenado, ainda que não fosse morto, como se dizia, eu nunca teria outra oportunidade. Restava-me desistir. Eu estava surpreso em quase ter acreditado que ele tinha uma espécie de poder. Mas se fosse verdade, se ele fosse mesmo filho de Deus como espalhava aos quatro ventos, por que não libertou? Por que seu pai permitiria que o levasse? Me senti um idiota. Quis esquecer-me dos últimos dias. Eu precisava de paz, mas supunha que jamais a teria.

Minha paz morrera junto com Kenora. Eu abandonara minhas caçadas para seguir um devaneio infundado. Um simples homem nunca poderia preencher o vazio que me ocupava. Por mais humilde e amoroso que fosse, e para mim o Messias era isso, um homem humilde a amoroso, mas ainda assim, um mero homem.

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