Capítulo 19
Reuni
coragem e me aproximei, e antes que eu pudesse alcançá-lo, vi não muito longe
um brilho de tochas se aproximavam. Estaquei. O maldito traidor aproximou-se do
Messias e, beijando-o, sussurrou uma palavra: mestre.
A
luz dos archotes se intensificou, e eu vi uma legião armada com espadas e paus.
O Messias foi levado. Eu queria impedir, mas estava paralisado. Era como se
aquela fosse a vontade do próprio homem. Eu estava impotente.
Os
últimos acontecimentos foram demais para mim. Minha última esperança se fora.
Ainda que o Messias não fosse condenado, ainda que não fosse morto, como se
dizia, eu nunca teria outra oportunidade. Restava-me desistir. Eu estava
surpreso em quase ter acreditado que ele tinha uma espécie de poder. Mas se
fosse verdade, se ele fosse mesmo filho de Deus como espalhava aos quatro
ventos, por que não libertou? Por que seu pai permitiria que o levasse? Me
senti um idiota. Quis esquecer-me dos últimos dias. Eu precisava de paz, mas
supunha que jamais a teria.
Minha
paz morrera junto com Kenora. Eu abandonara minhas caçadas para seguir um
devaneio infundado. Um simples homem nunca poderia preencher o vazio que me
ocupava. Por mais humilde e amoroso que fosse, e para mim o Messias era isso,
um homem humilde a amoroso, mas ainda assim, um mero homem.
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