Capítulo 22
—
Eles voltarão mais fortes. — respondeu Efrat. Eu ri.
—
Mais fortes... eu diria que muito mais enfraquecidos.
—
Seus corpos, sim, mas sua fé foi renovada. Eles estão salvos.
—
Você acredita mesmo? — agora eu é que não conseguia crer que meu companheiro se
deixara levar por ideias como aquela — Ele está morto. Morto! E com ele, as esperanças dessas pessoas.
—
Aí é que você se engana. Ele salvou essas pessoas. Mesmo que você insista que
ele não fez nada além de assistir ao flagelo de todos, mas sim, ele fez algo
muito maior.
—
Algo maior. Morrer?
—
Sim. Ele deu a sua vida por cada um deles. Deu seu sangue poupando que o sangue
deles fosse derramado.
— Efrat! Por favor! — eu ria
descontroladamente. Nunca imaginei meu mentor com tamanha tendência ao romantismo. Não compreendi a sua ideia
de “bem maior”. Não compreendi o que o auto sacrifício tinha a ver com o bem
estar daquela gente. Eu não entendia nada de fé e do que isso representava para
aquela gente que, em sua maioria, não tinha nada além dela. Era uma tolice,
depois de tudo o que sentira, continuar renegando. Era uma forma de autoproteção
e eu desconhecia qualquer outra.
—
Um dia você vai saber. Vai entender.
Veja mais em: www.raquelpagno.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário