No Meu Mundo...

Segue o décimo capítulo de "O Cavaleiro do Dragão"!
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Boa leitura!

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— Esse é o meu garoto! — disse o cavaleiro, acariciando-o na cabeça — Agora vá brincar e deixe-nos tomar o café da manhã, está bem?

O dragão pareceu rir, e alçou vôo. Olhei em volta e percebi que num canto da clareira, havia um amontoado de pedras, com uma pequena fogueira no centro. Sobre ela havia um pequeno caldeirão fervente, e sobre a pedra maior e achatada, havia dois ovos. De dentro de uma bolsa negra, o cavaleiro tirou um pedaço de pão escuro, feito com as sobras de trigo das lavouras, que eram dispensadas pelos compradores das safras. Era um pão igual ao de minha mãe.

A visão do pão fez minha boca salivar. Meu estômago roncou, denunciando-me, quando eu estava pronta para recusar a gentileza. O cavaleiro se aproximou, segurou-me pela mão, e me conduziu até uma árvore caída, onde nos sentamos tranqüilos e tomamos o café.

Agradeci a refeição, depois adentrei no carreiro que me conduziria de volta para casa. Alguns passos adiante, ouvi barulho de asas batendo sobre mim. Ignorei, pensando em Sharfred. Eu partira sem me despedir dele.

Segui sem olhar para cima, vi apenas a sombra do dragão que me seguia, por entre as árvores da floresta. Por um instante, imaginei-o grande demais, mas logo abandonei essa idéia, por que não vira Sharfred de perto mais de uma única vez.

Cheguei ao final da floresta, onde as campinas se estendiam até as imensas lavouras do vilarejo. Vi fumaça, não muito longe dali. Corri em desespero, sabendo que aquela fumaça vinha de nossa vila.

Raquel Pagno

www.raquelpagno.com