No Meu Mundo...

Segue o décimo sétimo capítulo de "O Cavaleiro do Dragão"!
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Boa leitura!

17

— Volte para casa! — ordenei — aqui é muito perigoso para você!

— Eu volto, mas contarei para a mamãe e para o papai, que você está perdida na floresta outra vez!

— Mas eu não estou perdida. Estou procurando pelo Cavaleiro do Dragão! Ele deve ter caído durante a batalha, e pode estar precisando de ajuda.

— Lá vem você de novo com essa história de cavaleiros de dragões! Mamãe não te disse para não falar mais essas bobagens?

— Disse, sim, só que não é bobagem. Veja! — apontei com o dedo assim que reconheci a silhueta de um homem deitado no solo, entre as árvores.

Caminhamos com cuidado até ele. Havia um pouco de sangue em seu rosto. Lutara sem elmo, desta vez. Agachei-me e pus minha mão bem perto de suas narinas, tentando sentir a respiração. Virei-o de barriga para cima, e encostei o ouvido em seu peito. Precisava ter certeza de que ele estava vivo. Senti apenas um pulsar muito fraco, quase inexistente, do que antes fora um coração forte e corajoso.

— Temos que levá-lo daqui! Ajude-me! — pedi, mas meu irmão era pequeno demais, e nós não tínhamos forças suficientes para carregá-lo até o povoado.

Permaneci ali, sentada ao lado do cavaleiro, segurando a sua mão, e meu irmão postou-se de pé ao meu lado, arrependido por ter duvidado de mim. As lágrimas correram soltas pela minha face. Instantes atrás, eu sentia que aquele homem era a minha única família e agora, estava prestes a perdê-lo para sempre. Como a vida pudera ser tão maravilhosa e tão injusta comigo em menos de 24 horas! Perdera minha família, ganhara outra, e a perdera novamente.

Um som de passos arrancou-me de meus pensamentos infelizes. Ouvi os homens do povoado usando suas ferramentas, mas não para atacar ou maltratar Sharfred, e sim, abriam uma clareira no meio da mata, para que o dragão, mesmo com uma asa quebrada, pudesse chegar até seu amigo ferido.

Raquel Pagno

www.raquelpagno.com