No Meu Mundo...

Segue o décimo oitavo capítulo de "O Cavaleiro do Dragão"!
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Boa leitura!

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Afastei-me, dando mais espaço para Sharfred se despedir. Ele deitou-se ao lado do cavaleiro, e emitiu sons dolorosos, que se assemelhavam muito com choro de bebê. Todos suspiraram emocionados. O dragão que todos nós sempre conhecemos como monstro, demonstrava que tinha sentimentos, que amava aquele humano ferido, estendido ao seu lado, e essa demonstração de amor, comovia-nos a todos.

Mais um ganido estridente e eu pensei ter visto uma gota prateada brilhando no rosto de Sharfred e caindo sobre o rosto do cavaleiro, no exato momento em que seus olhos se abriam.

— Sharfred... — sussurrou tão baixo que mal pude ouvi-lo — É você que está aí amigão?

Sharfred abriu os olhos, surpreso, e começou a lamber o rosto do amigo.

— Sharfred, pare com isso! — ele moveu os lábios, esboçando um sorriso discreto. O dragão se levantou com dificuldade, estendeu a asa sã por baixo do corpo do cavaleiro e tentou levantá-lo. O cavaleiro, sem forças para sustentar o próprio corpo, tornou a cair.

Os homens do povoado se apressaram em carregá-lo para a campina, perto de onde fora o nosso vilarejo. Uma barraca improvisada foi montada no que antes era uma imensa lavoura, com acomodações para todos.

Passados alguns dias, o cavaleiro e seu dragão ficaram completamente recuperados, graças ao esmero e aos cuidados do povo do vilarejo, mas principalmente, graças à força da amizade dos dois.

Desde então, Sharfred tornou-se nosso guardião. O vilarejo foi reconstruído e nunca mais sofremos com ataques de dragões. O cavaleiro, que agora eu sabia se chamar Herberth, construiu sua própria casa no povoado, onde ajudava nas lavouras e nas tarefas cotidianas. Tornamo-nos amigos, mas o posto de melhor amigo de Herberth seria para sempre de Sharfred, então acabamos por nos tornar algo mais do que amigos.

E sempre que alguma ameaça nos ronda, lá vai ele, impossivelmente montado em seu dragão...

Raquel Pagno

www.raquelpagno.com