No Meu Mundo...

22 janeiro 2016


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Capítulo 23


Não respondi e me virei, dando as costas para Efrat. Mal pude acreditar no tamanho de minha sorte. Ali atrás, no sopé da montanha estava Adramelech. A besta se fartava com o sangue de um bruxo, o cheiro era tão intenso que senti minhas narinas arderem, como se penetradas por um ferro em brasa.
O trapo que o camuflava no meio do povo não estava lá e vi que sua face estava muitíssimo enrugada, envelhecida como eu jamais havia visto. Atrevi-me a pensar que, se meus poderes não eram os mesmo na proximidade do Messias, talvez os de Adramelech também não funcionassem.
Era minha chance, ele estava mais fraco do que nunca. Corri em disparada ribanceira a baixo, sem me importar se seria notado. Praticamente voei até o demônio e, sem pensar em mais nada, agarrei-lhe pelo pescoço e o arrastei por alguns metros, sem me importar com o bruxo agonizante cujo pescoço ele destroçara.
Ele agarrou-se ao meu braço, as unhas cravadas em minha carne. A dor despertava mais ainda a minha ira. Carreguei-o por um longo trajeto para fora da cidade, sem me importar na leva de seguidores que surgiam e eram contidos por Efrat.

Encontrei uma caverna, com uma entrada estreita e profunda o bastante para que o cheiro do sangue não fosse levado com o vento. Enfiei-me ali com Adramelech, mil formas de vingança apunhalando meus pensamentos. Queria que ele sofresse, queria desfrutar de cada lampejo de dor e de angustia. Queria mais do que tudo ver o desespero consumindo aqueles velhos olhos. Enfim teria minha tão desejada desforra.

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