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Capítulo 23
Não
respondi e me virei, dando as costas para Efrat. Mal pude acreditar no tamanho
de minha sorte. Ali atrás, no sopé da montanha estava Adramelech. A besta se
fartava com o sangue de um bruxo, o cheiro era tão intenso que senti minhas
narinas arderem, como se penetradas por um ferro em brasa.
O
trapo que o camuflava no meio do povo não estava lá e vi que sua face estava
muitíssimo enrugada, envelhecida como eu jamais havia visto. Atrevi-me a pensar
que, se meus poderes não eram os mesmo na proximidade do Messias, talvez os de
Adramelech também não funcionassem.
Era
minha chance, ele estava mais fraco do que nunca. Corri em disparada ribanceira
a baixo, sem me importar se seria notado. Praticamente voei até o demônio e,
sem pensar em mais nada, agarrei-lhe pelo pescoço e o arrastei por alguns
metros, sem me importar com o bruxo agonizante cujo pescoço ele destroçara.
Ele
agarrou-se ao meu braço, as unhas cravadas em minha carne. A dor despertava
mais ainda a minha ira. Carreguei-o por um longo trajeto para fora da cidade,
sem me importar na leva de seguidores que surgiam e eram contidos por Efrat.
Encontrei
uma caverna, com uma entrada estreita e profunda o bastante para que o cheiro
do sangue não fosse levado com o vento. Enfiei-me ali com Adramelech, mil
formas de vingança apunhalando meus pensamentos. Queria que ele sofresse,
queria desfrutar de cada lampejo de dor e de angustia. Queria mais do que tudo
ver o desespero consumindo aqueles velhos olhos. Enfim teria minha tão desejada
desforra.
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